Por Essi Lehto
HELSINKI (Reuters) - A ex-primeira-ministra da Finlândia Sanna Marin, que perdeu por pouco uma eleição em abril, deixou nesta sexta-feira o posto de presidente dos social-democratas, de centro-esquerda, na esperança de tirar o foco de sua vida pessoal após quatro anos frequentemente turbulentos no comando.
Marin, que havia anunciado sua intenção de sair logo após a derrota nas eleições, foi a primeira-ministra mais jovem do mundo quando assumiu o cargo em 2019, aos 34 anos, atraindo atenção mundial e ajudando a elevar o perfil da Finlândia.
Depois de liderar o país durante a pandemia e a turbulência econômica que se seguiu, Marin se tornou uma defensora da Ucrânia após a invasão da Rússia no ano passado e pressionou com sucesso para acabar com o não alinhamento militar da Finlândia em favor da adesão à Otan.
Ela presidiu a conferência de seu partido pela última vez nesta sexta-feira e, em um breve discurso, reiterou suas críticas ao vizinho do leste da Finlândia.
"A Rússia e seus representantes precisam ser responsabilizados pelo crime de agressão, pelos crimes de guerra e pelas consequências da guerra", disse Marin.
Marin, hoje com 37 anos, apareceu nas capas da Vogue e da Time Magazine, tem um milhão de seguidores no Instagram e é considerada por apoiadores de todo o mundo como um modelo da geração do milênio para líderes progressistas.
Mas, em seu país, os eleitores preocupados com questões como imigração e um déficit público crescente impuseram a Marin uma derrota apertada para a Coalizão Nacional, de direita, e o Partido dos Finlandeses, de extrema-direita, provocando a queda do governo.
Depois de perder a eleição, Marin disse que esperava ter uma vida mais tranquila e, mais tarde, também anunciou o divórcio de seu marido.