Por Danny Ramos e Monica Machicao
SANTIAGO (Reuters) - A ex-presidente boliviana Jeanine Añez começou a cumprir quatro meses de detenção nesta segunda-feira enquanto investigadores analisam alegações de que ela participou de um golpe que levou ao afastamento do poder do então presidente Evo Morales em 2019.
Añez, que comandou um governo conservador que durou menos de um ano após a saída de Morales, um político de esquerda, foi posta sob custódia da polícia após uma operação em sua casa na cidade de Trinidad, no centro-norte do país, na manhã de sábado.
No domingo, um juiz ordenou que Añez fique detida durante quatro meses após uma audiência na qual as alegações contra ela foram delineadas, entre as quais que ela usou aliados nas forças de segurança para forçar Morales a renunciar depois de eleições contestadas e mais adiante se instalou como presidente interina.
Añez foi transferida para uma prisão feminina da capital La Paz nesta segunda-feira.
O ministro da Justiça, Iván Lima, disse na televisão estatal na noite de domingo que pedirá um pena de prisão de 30 anos se Añez for condenada por ter fomentado um golpe.
Lima acrescentou que o Estado estudará fazer acusações adicionais de corrupção e do que descreveu como abusos graves dos direitos humanos, sem dar maiores detalhes das acusações.
Añez rejeita as acusações, que classifica como "perseguição política", e insiste que participou de uma "sucessão constitucional" para substituir Morales depois que ele renunciou.