Por Gibran Naiyyar Peshimam e Ghaida Ghantous
ISLAMABAD/DUBAI (Reuters) - O ex-presidente do Paquistão Pervez Musharraf, um importante aliado dos Estados Unidos na campanha contra a Al Qaeda após os ataques de 11 de setembro, morreu em Dubai neste domingo, aos 79 anos, após uma doença prolongada.
Musharraf, um ex-general quatro estrelas que assumiu o poder após o golpe militar de 1999, morreu em um hospital em Dubai, onde vivia em autoexílio desde 2016. Seu corpo será levado ao Paquistão para ser enterrado na segunda-feira, de acordo com o Geo News.
"Ofereço minhas condolências à família do general Pervez Musharraf", tuitou o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif. "Que a alma que partiu descanse em paz."
Musharraf sofria de uma doença rara chamada amiloidose e foi internado no hospital ano passado depois de ficar gravemente doente, disse sua família.
Graduado em uma escola secundária cristã, Musharraf almejava que o Paquistão abraçasse um Islã liberal, abordagem que aumentou sua popularidade no Ocidente após os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.
Musharraf se juntou ao que Washington chamou de sua "guerra ao terror", dando às forças norte-americanas acesso terrestre e aéreo ao espaço fechado do Afeganistão para perseguir militantes da Al Qaeda.
Essa decisão contradisse o apoio de longa data do Paquistão ao Taliban, que controlava o Afeganistão na época, e tornou Musharraf um alvo de grupos militantes domésticos. Ele sobreviveu a pelo menos quatro tentativas de assassinato.
Um dos ex-assessores políticos de Musharraf disse ao Geo News que ele será enterrado em Karachi, cidade natal de sua família, ou Rawalpindi, lar do quartel-general do Exército.
(Reportagem de Gibran Peshimam em Islamabad, Ariba Shahid em Karachi, Saud Mehsud em Dera Ismail Khan, Charlotte Greenfield em Cabul, Akanksha Khushi em Bengaluru)