DONETSK Ucrânia (Reuters) - Rebeldes pró-Rússia ergueram novas barricadas nas ruas de Donetsk nesta segunda-feira, preparando suas posições na cidade de 1 milhão de habitantes depois de perderem o controle de Slaviansk, na pior derrota de sua revolta em três meses.
Rajadas ocasionais de tiros podiam ser ouvidas à distância do centro de Donetsk, onde os moradores dizem estar vivendo com medo de uma batalha entre as forças do governo e rebeldes separatistas armados.
O homem mais rico da Ucrânia, Rinat Ahmetov, implorou ao governo nesta segunda-feira para que não bombardeie sua cidade natal. As autoridades locais dizem que milhares de moradores deixaram Donetsk, mas a maioria não tem para onde ir.
O governo ucraniano afirmou que vai agir rapidamente para reaver mais territórios dos rebeldes após retomar o controle de Slaviansk no fim de semana, que o presidente Petro Poroshenko definiu como uma virada no conflito.
Rebeldes em retirada de Slaviansk, alguns em veículos blindados com bandeiras russas, dirigiram 110 quilômetros no sentido sul para Donetsk no fim de semana.
Cerca de 1.000 deles realizaram uma manifestação com armas na praça central no domingo. Na segunda-feira, muitos podiam ser vistos nas ruas, tendo estabelecido postos de controle para verificar os documentos dos motoristas.
Embora a maioria das lojas e empresas ainda estivesse aberta, algumas foram fechadas e os moradores disseram temer um ataque das tropas do governo.
"A atmosfera é muito tensa agora, não há nenhuma perspectiva de um futuro. Você vai dormir alarmado e acorda alarmado", disse Konstantin, um cozinheiro de 28 anos.
"As autoridades de Kiev prometem fazer um cerco em torno de Donetsk e limpar a cidade meticulosamente dos combatentes. Eu já não sei no que acreditar".
O comandante dos rebeldes, um moscovita usando o nome de Igor Strelkov, teria dito, segundo a agência de notícias Interfax, que seus homens lutariam pela cidade, que era "muito mais fácil de defender do que a pequena Slaviansk".
A localização de Strelkov não ficou clara. Fontes rebeldes disseram que dois outros líderes separatistas locais proeminentes, Alexander Boroday e Denis Pushilin, estavam na Rússia.