Por Joyce Lee
SEUL (Reuters) - O ex-representante para assuntos nucleares da Coreia do Norte, Kim Yong Chol, acompanhou o líder Kim Jong Un a uma performance artística, informou a agência estatal KCNA nesta segunda-feira, indicando que o ex-especialista em espionagem está vivo e permanece relevante na estrutura de poder.
A aparição pública no domingo sucedeu relatos conflitantes de abalos na equipe que liderou o envolvimento com os Estados Unidos em 2018, apenas para que as negociações nucleares ruíssem após Kim Jong Un e o presidente dos EUA, Donald Trump, falharem em fechar um acordo em fevereiro deste ano.
A KCNA indicou que Kim Yong Chol era a décima pessoa em um grupo de 12 "autoridades de liderança" que acompanharam Kim Jong Un e sua esposa, Ri Sol Ju, a uma performance amadora de arte feita pelas esposas de oficiais do Exército norte-coreano no domingo.
Na sexta-feira, o jornal sul-coreano Chosun Ilbo havia informado que Kim Yong Chol -- braço direito do líder da Coreia do Norte que ocupava o mesmo papel do Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, antes da cúpula frustrada -- fora mandado para um campo de trabalho e reeducação, mencionando uma fonte anônima da Coreia do Norte.
Questionado no domingo sobre o último contato dos EUA com Kim Yong Chol e a Coreia do Norte em geral, Pompeo se recusou a responder, alegando que "nós conduzimos nossas negociações em particular".
Em relação a uma entrevista exibida pela ABC News em 5 de maio que mencionava abalos com a equipe negociadora de Kim, Pompeo dissera que havia indícios de que seu futuro colega de função seria outra pessoa, acrescentando "mas não sabemos disso com certeza."
Ele afirmou que "assim como o presidente Trump pode decidir quem serão seus negociadores, o líder Kim poderá tomar suas próprias decisões sobre quem pede para ter essas conversas."
Escolhido por Kim Jong Un para as negociações nucleares, Kim Yong Chol foi destituído de um importante cargo do partido em aparente censura pelo colapso da cúpula, disse um parlamentar sul-coreano em abril.