Por Sonali Paul
MELBOURNE (Reuters) - Ex-tesoureiro do Vaticano, o cardeal George Pell permanecerá na prisão por ao menos mais três anos por ter perdido uma apelação contra sua condenação por abusar sexualmente de dois meninos coristas de 13 anos, determinou um tribunal da Austrália nesta quarta-feira.
Pell, a autoridade católica mais graduada do mundo a ser condenada por crimes sexuais, foi sentenciado a seis anos em março, depois de ser considerado culpado de cinco acusações de abuso dos dois meninos na Catedral de São Patrício quando era arcebispo de Melbourne, no final dos anos 1990.
A juíza que preside a Suprema Corte de Vitória, Anne Ferguson, disse que dois dos três juízes que ouviram a apelação de Pell "decidiram que estava aberto ao júri ser convencido além da dúvida razoável de que o cardeal Pell é culpado das acusações feitas" e rejeitou sua apelação.
Pelos termos de sua sentença, Pell poderá solicitar liberdade condicional em outubro de 2022, quando estará com 81 anos.
O cardeal se manteve sentado em silêncio na corte, e não demonstrou reação quando a juíza leu o veredicto.
O júri de seu julgamento ouviu o depoimento de uma vítima que descreveu como Pell se expôs aos dois meninos, acariciou suas genitálias e os masturbou, além de forçar um deles a um ato sexual. A outra vítima morreu em 2014.
"Sou grato a um sistema legal em que todos podem acreditar, no qual todos são iguais perante a lei e ninguém está acima da lei", disse o corista sobrevivente, hoje com cerca de 30 anos, em um comunicado lido por sua advogada, Vivian Waller.