Por Sarah Marsh
BERLIM (Reuters) - O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD)anunciou nesta quarta-feira que pretende nomear um candidato a chanceler pela primeira vez para a eleição de 2025 à medida que cresce nas pesquisas, um dia depois que a agência de espionagem doméstica alertou os eleitores sobre o apoio ao partido.
Fundado há uma década, o AfD subiu para o segundo lugar nas pesquisas de opinião devido às preocupações dos eleitores com a recessão, a imigração e a transição para uma economia neutra em carbono, dizem analistas políticos.
O partido anti-establishment também está se beneficiando da desconfiança dos eleitores na coalizão tripartidária do chanceler Olaf Scholz, que passou grande parte dos últimos meses lutando publicamente sobre como lidar com essas crises.
O apoio ao AfD está em um recorde de 19% a 20%, atrás dos conservadores da oposição em 27% a 28%, mas à frente ou no mesmo nível dos social-democratas de Scholz e bem à frente dos dois parceiros minoritários de sua coalizão.
Questionada pela emissora ntv se o AfD nomearia um candidato a chanceler, a co-chefe do partido Alice Weidel disse: "é claro, também nomearíamos (um) sem esses números de pesquisa", evitando uma pergunta sobre se ela se apresentaria.
A probabilidade de um candidato do AfD se tornar chanceler da Alemanha é muito baixa atualmente, dado que o partido precisaria ser capaz de formar um governo e atualmente todos os outros partidos descartam trabalhar com a legenda.
Ainda assim, o gesto de nomear um candidato denotaria a ambição do partido de extrema-direita mais bem-sucedido na Alemanha desde o nazismo, que vem sacudindo cada vez mais o cenário político do país mais populoso e com a maior economia da Europa.