Por Ellen Francis e Stephanie Nebehay
BEIRUTE/GENEBRA (Reuters) - O Exército sírio informou nesta quinta-feira que retomou completamente o controle de Aleppo, depois que os últimos combatentes rebeldes foram retirados da cidade, o que deu ao presidente Bashar al-Assad sua maior vitória na guerra.
O Exército disse ter levado "segurança" de volta a Aleppo, encerrando quatro anos de resistência em partes da cidade do norte da Síria.
O último grupo de rebeldes e suas famílias escondidos em um pequeno enclave em Aleppo foram retirados na quinta-feira, sob um acordo que dá ao Exército e seus aliados o controle total da cidade, após anos de combates, disse a televisão estatal síria.
Pelo menos 34 mil pessoas, entre civis e combatentes, foram retiradas do leste de Aleppo em uma operação de uma semana, dificultada pelo clima rigoroso do inverno, segundo os últimos números da Organização das Nações Unidas. Mas a ONU calcula que ainda restam milhares de pessoas.
"O processo de retirada foi traumático, com aglomeração e pessoas vulneráveis esperando por horas e expostas a temperaturas abaixo de zero", disse o porta-voz da ONU Farhan Haq a repórteres em Nova York.
Os últimos retirados deixaram um minúsculo bastião que era tudo o que restava de um setor rebelde que englobava quase metade da cidade, antes de ser sitiada no verão e atingida por intensos ataques aéreos que reduziram o local a escombros. À medida que os bombardeios aumentavam, os serviços de resgate e de saúde desmoronavam.
Um alto funcionário da ONU alertou que as pessoas que deixaram Aleppo após a esmagadora ofensiva do governo podem sofrer o mesmo destino em um novo local de refúgio fora da cidade.
"Muitos deles foram para Idlib, que poderia ser, em teoria, a próxima Aleppo", disse o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, em Genebra, acrescentando que a interrupção das hostilidades em toda a Síria é vital para que se evite outra batalha como a luta sangrenta de Aleppo.
Milhares de refugiados de Aleppo foram levados para Idlib, despertando temores de que a cidade rebelde no noroeste da Síria poderia ser o próximo alvo. Assad tem declarado que a guerra está longe de terminar e que suas forças armadas marchariam em outras áreas mantidas pelos rebeldes.