BEIRUTE/AMÃ (Reuters) - Forças do governo sírio e seus aliados xiitas do Líbano ganharam terreno em uma grande ofensiva no sul da Síria nesta quarta-feira, levando adiante uma campanha contra os insurgentes que representam uma das maiores ameaças remanescentes à capital Damasco.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, entidade que monitora o conflito, afirmou que as forças ofensivas capitaneadas pelo Hezbollah ocuparam vários cumes de colinas e vilarejos, e a televisão estatal síria relatou avanços nesta quarta-feira. O porta-voz de um grupo rebelde disse que eles perderam terreno, mas descreveu o fato como insignificante.
O sul é o último bastião importante da principal corrente não-jihadista de oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad, que consolidou o poder sobre a maior parte do oeste do país depois de quase quatro anos de guerra civil.
O braço sírio da Al Qaeda, a Frente Al Nusra, também está ativo no sul sírio, que se estende até as fronteiras com a Jordânia e Israel, enquanto o rival Estado Islâmico controla boa parte do norte e do leste do país.
Com a diplomacia em um impasse, a nova ofensiva parece refletir a confiança do governo em sua capacidade de derrotar seus inimigos no campo de batalha. Na semana passada uma autoridade militar de alta patente dos Estados Unidos disse que o conflito sírio está agora "pendendo a favor do regime de Assad".
O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), Staffan de Mistura, encontrou-se com Assad em Damasco nesta quarta-feira para discutir sua proposta de um cessar-fogo na cidade de Aleppo, no norte, mas na prática a iniciativa está congelada, declararam diplomatas ocidentais.
Fontes dos dois lados do fronte de batalha do sul disseram que a ofensiva almeja blindar a capital, que fica a pouca distância do norte. Os insurgentes obtiveram vitórias significativas no sul nos últimos meses, tomando várias bases militares.
(Por Tom Perry e Suleiman Al-Khalidi)