Por Joseph Menn
SÃO FRANCISCO (Reuters) - O Facebook classificou nesta terça-feira o movimento da teoria da conspiração QAnon como perigoso e começou a remover grupos e páginas do movimento na rede social, bem como contas do Instagram que se apresentam como representantes dele.
A medida amplia uma determinação de agosto que proibiu um terço dos grupos QAnon por promover violência, permitindo que a maioria permanecesse, embora com conteúdo menos frequente nos feeds de notícias.
Em vez de depender de relatos de usuários, a equipe do Facebook agora tratará o QAnon como outros órgãos militarizados, procurando e excluindo grupos e páginas, disse a empresa.
Desde as restrições de agosto, alguns grupos QAnon adicionaram membros e outros usaram linguagem codificada para evitar a detecção. Enquanto isso, adeptos trabalhavam para se integrar em outros grupos, como aqueles preocupados com a segurança de crianças e aqueles críticos de medidas contra aglomerações devido ao coronavírus, de acordo com pesquisadores do Facebook e de outros lugares.
“Embora tenhamos removido conteúdo do QAnon que celebra e apoia a violência, temos visto outros conteúdos do QAnon vinculados a diferentes formas de danos no mundo real, incluindo alegações recentes de que incêndios florestais na costa oeste foram iniciados por certos grupos”, escreveu o Facebook.
“As mensagens do QAnon mudam muito rapidamente e vemos redes de apoiadores construir um público com uma mensagem e, em seguida, mudar rapidamente para outra.”
Postagens recentes do QAnon espalharam informações falsas sobre a eleição e sobre a Covid-19, disseram os pesquisadores, até mesmo alegando que o presidente dos EUA, Donald Trump, falsificou seu diagnóstico de Covid-19 para orquestrar prisões secretas.
Classificado como uma potencial fonte de terrorismo doméstico pelo FBI, o QAnon é impulsionado por uma fonte anônima na internet apelidada de Q, que afirma ser um integrante do governo Trump. A teoria central, sem fundamento, é de que Trump está secretamente liderando uma repressão contra uma enorme rede de pedófilos que inclui importantes democratas e a elite de Hollywood.