Por Piya Sinha-Roy
LOS ANGELES (Reuters) - Quem vive, quem morre, quem conta sua história?
Em "Coco", aventura de animação multicolorida da Disney-Pixar na terra dos mortos, a história sobre família, lembrança e legado espera não somente celebrar a cultura mexicana, mas eliminar a divisão política que separa os Estados Unidos e o México.
"Coco", que estreia nos cinemas norte-americanos nesta quarta-feira, acompanha um menino chamado Miguel, que se descobre no além-túmulo por acidente durante as comemorações do Dia dos Mortos mexicano.
Quando Miguel, dublado pelo novato Anthony Gonzalez, se reúne com seus ancestrais, aprende como as lembranças dos vivos ajudam a manter os legados dos mortos igualmente vivos.
As tensões entre os EUA e o México estão altas desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, prometeu durante sua campanha eleitoral que construirá um muro na fronteira entre os dois países para conter a imigração ilegal.
"Existe muita retórica agressiva que pretende nos diminuir (os latinos)", disse Benjamin Bratt, que empresta sua voz ao ídolo musical de Miguel, seu falecido tataravô Ernesto de la Cruz.
"Não é intencional, mas demonstrando o que realmente existe, (este filme) ajuda muito ao mostrar que realmente estamos todos juntos nisto e que somos mais parecidos do que diferentes", acrescentou Bratt.
"Coco" traça a jornada de Miguel para conseguir a bênção de seus ancestrais e sua volta ao mundo dos vivos, mas ele enfrenta obstáculos quando seus familiares mortos se recusam a apoiar suas ambições musicais.
Miguel encontra um guia improvável para a terra dos mortos em Hector (Gael García Bernal), cujo legado corre o risco de ser esquecido depois que sua última parente sobrevivente, sua filha Coco, morreu.