Por Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) - Dúzias de parentes dos 44 tripulantes do submarino argentino que desapareceu em 15 de novembro marcharam a partir de uma base naval neste domingo exigindo saber o que aconteceu e criticando a resposta do governo à tragédia.
Segurando cartazes com fotos da tripulação e gritando “busca e resgate”, as famílias caminharam a partir da base naval de Mar del Plata, após coletiva de imprensa durante a qual a Marinha disse que o submarino ainda não foi localizado.
O desastre gerou uma investigação profunda sobre o estado das Forças Armadas na Argentina, que atualmente tem um dos menores orçamentos de defesa da América Latina em relação ao tamanho da economia, após uma série de crises financeiras.
“Nosso desentendimento é com o governo, não com a Marinha”, disse Marcela Moyano, esposa do tripulante Hernán Rodríguez, durante o protesto. “Quem quer que seja responsável por isso precisa ser responsabilizado.”
O porta-voz Enrique Balbi disse na quinta-feira que a Marinha não tinha mais esperanças de resgatar a tripulação viva, observando que o ARA San Juan tinha um estoque de oxigênio para uma semana e já haviam se passado 15 dias desde que o submarino reportou sua posição pela última vez.
Alguns membros das famílias se queixaram de que não foram avisados antes do público sobre o fim da missão de resgate e também têm exigido mais contato com o presidente Maurício Macri em Mar del Plata, onde o San Juan deveria ter encerrado a viagem.
Embora a imprensa local tenha especulado que Macri em breve irá declarar um período de luto nacional pela tripulação do submarino, ele tem estado silencioso nos últimos dias.
“Ele (Macri) precisa estar aqui porque esta é a prioridade, há 44 famílias envolvidas nesta situação e alguém tem que estar no comando”, disse Marcela Fernández, esposa de Alberto Sánchez.