Por Angela Ukomadu e Alexis Akwagyiram
LAGOS (Reuters) - Famílias mantinham vigília em um hospital da Nigéria, nesta quinta-feira, pelas crianças retiradas dos destroços de um prédio de uma escola que desabou na cidade de Lagos.
Até agora as autoridades só disseram que pessoas morreram, sem informar um número, depois que o prédio de quatro andares que abrigava a escola, lojas e residências desabou, na quarta-feira.
Moradores disseram que cerca de 100 crianças estavam na escola, e pessoas vasculhavam o emaranhado de escombros e metal nesta quinta para tentar encontrar pertences de seus entes queridos.
Na quarta-feira foi confirmada a morte de uma pessoa e o resgate de 50. Mais pessoas morreram depois de serem hospitalizadas, disse Adesina Tiamiyu, gerente-geral da Agência Estatal de Gerenciamento de Emergências de Lagos a repórteres nesta quinta-feira.
Na manhã desta quinta-feira o local tinha sido liberado e agentes de resgate encontraram um corpo às 3h, disse Tiamiyu.
"Nós limpamos para ver se alguém ainda estava soterrado debaixo dos escombros", explicou, dizendo que o número de crianças vitimadas ainda é desconhecido e que as autoridades estão tentando encontrar um registro dos alunos.
"Quero negar categoricamente que havia mais de 100 crianças", disse.
O governador de Lagos, Akinwuni Ambode, que visitou o local horas depois do desabamento, disse que a escola foi construída ilegalmente e que edifícios da área vinham passando por testes estruturais antes do acidente.
Desmoronamentos de prédios são frequentes na Nigéria, onde as regulamentações nem sempre são cumpridas e os materiais de construção são abaixo do padrão.
Algumas centenas de pessoas observavam nas proximidades enquanto uma escavadora cavava os restos dos destroços, já resignadas. Nas horas seguintes ao desastre, milhares de moradores, muitos revoltados, se reuniram no local.
Alguns, inclusive um pai de uma criança que morreu, disseram que houve vários desabamentos de prédios na área nos últimos anos. Eles disseram que alguns edifícios que autoridades do governo estadual declararam inabitáveis foram reformados por locadores em busca de inquilinos.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
REUTERS PF