Por Mayela Armas e Shaylim Valderrama
CARACAS (Reuters) - Jessica Díaz passou quatro dias sem ter nenhuma informação de sua família, que vive no leste da Venezuela, devido à interrupção dos serviços de telefonia desencadeada pelo gigantesco blecaute que tem afetado grande parte do país petroleiro.
"Hoje (terça-feira) pude me comunicar com eles em Puerto La Cruz, porque as mensagens não eram enviadas desde sábado", disse a operadora de caixa de 31 anos.
Na quinta-feira, quando começou a falta de eletricidade, Jessica pagou um taxista com um quilo de sal para que ele a deixasse em casa, na comunidade de Petare, oeste de Caracas, porque não conseguia ligar para seu marido para que ele a buscasse no trabalho.
Em Caracas, entre sexta e segunda-feira, era uma cena usual ver grupos de veículos estacionados em ruas e estradas enquanto seus motoristas buscavam sinal de telefone.
Na Venezuela, o serviço de telecomunicações tem limitações porque as empresas de telefonia enfrentam restrições cambiais devido ao controle de câmbio de moedas imposto em 2003, afetando o investimento e a reposição de equipamentos.
O blecaute foi mais um golpe para a atividade econômica do país. "A falha elétrica acontece quando há deterioração no setor de telecomunicações", disse o engenheiro José María De Viana, que presidiu uma empresa de telefonia na década de 1990.