Por Maria Tsvetkova
GRECHANAYA BALKA, Rússia (Reuters) - Os pais do primeiro militar russo a ter a morte confirmada durante as quatro semanas de ataques aéreos da Rússia na Síria disseram, nesta terça-feira, que não acreditam no relato das Forças Armadas de que seu filho de 19 anos havia se enforcado.
Em entrevista à Reuters em sua casa no sul da Rússia, Alexander e Svetlana Kostenko disseram que seu filho, Vadim, tinha demonstrado estar alegre em uma conversa pelo telefone no sábado, dia em que morreu enquanto trabalhava em uma base aérea na costa síria.
"Eu nunca vou acreditar nesta versão (suicídio)", disse Svetlana, que estava usando um lenço de cabeça preto. "Falamos todos os dias por telefone durante meia hora. (No sábado) ele estava alegre, feliz, e ele riu", acrescentou.
Alexander, o pai de Vadim, falando em voz baixa, concordou: "Fomos informados de que ele havia se enforcado por causa de uma garota. Ele nunca teria feito isso. Eu conheço meu filho muito bem."
O corpo de Vadim foi levado para a casa de seus pais em um caminhão militar nesta terça-feira. Soldados carregaram o corpo para o interior da casa dentro de uma caixa de madeira. Pouco depois, podia-se ouvir uma mulher chorando desesperada. Um pouco mais tarde, um caixão de madeira foi entregue na casa.
Kostenko era um dos funcionários de apoio da Força Aérea russa. Ele assinou um contrato em 20 de junho e foi enviado para a Síria de avião em 14 de setembro, duas semanas antes do início da campanha aérea do Kremlin, disse o pai. Ele disse que só descobriu que Vadim tinha viajado para a Síria quando ele já estava lá.
A agência de notícias Interfax citou uma fonte do serviço de imprensa do Ministério da Defesa confirmando a morte.
"Um militar estacionado na base aérea Hmeimim (em Latakia) como um técnico cometeu suicídio enquanto estava descansando depois do trabalho", disse a fonte à Interfax. "De acordo com informações preliminares, em particular a análise de mensagens de texto em seu telefone, a razão para a morte do militar contratado são problemas em sua relação pessoal com uma garota", disse a fonte.
O ministério não respondeu a perguntas por escrito da Reuters.