Por Sayed Hassib e Samar Zwak
CABUl (Reuters) - Moradores de Cabul enterraram nesta quinta-feira vítimas de um ataque com um caminhão-bomba que deixou ao menos 80 mortos e centenas de feridos, em meio ao aumento da insatisfação coletiva com o fracasso do governo em impedir mais um ataque letal no coração da capital do Afeganistão.
A explosão de quarta-feira aconteceu no início do mês sagrado muçulmano do Ramadã, em uma rua com muito trânsito e lotada de pessoas a caminho da escola ou do trabalho durante o horário de pico da manhã, fazendo rapidamente centenas de vítimas e provocando uma torre de fumaça negra ao céu.
O ataque foi um dos piores do tipo desde que os Estados Unidos lideraram uma campanha para derrubar o Taliban em 2001, mas é apenas o mais recente em uma série que matou milhares de civis nos últimos anos.
O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, fez um pronunciamento televisionado na noite de quarta-feira, pedindo pela unidade nacional frente ao ataque, que seu Diretório de Segurança Nacional acredita ter sido causado pela rede Haqqani, associada ao Taliban, mas Ghani enfrenta um público cada vez mais irritado.
"Pelo amor de Deus, o que está acontecendo com esse país?", disse Ghulam Sakhi, um fabricante de sapatos cuja loja fica próxima ao local da explosão. "As pessoas saem de casa para comprar pão para seus filhos e na mesma noite, seu corpo é enviado para sua família".