Por Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram que o aumento da violência de grupos paramilitares tornou mais difícil chegar a um acordo de paz definitivo com o governo colombiano. Os dois lados se encontraram para mais uma rodada de negociações em Cuba nesta quarta-feira.
As Farc e o governo voltaram a se reunir após um intervalo de duas semanas, tendo feito progressos durante os mais de três anos de conversas em Havana, mas não conseguiram cumprir um prazo auto-imposto em março por conta da questão sobre como desarmar os rebeldes.
Estes temem por sua segurança uma vez que o acordo tenha sido assinado, dizendo que uma demonstração de força de uma gangue criminosa uniformizada composta de ex-combatentes paramilitares teve como objetivo interromper o processo de paz.
A gangue, conhecida como Os Urabeños, obrigou escolas e pontos comerciais a fecharem durante dois dias em grande parte da Colômbia na semana passada, e mataram cinco pessoas.
"Com grupos paramilitares, com crime e ataques, com terror e ameaças a paz não pode se materializar", disse Pablo Catatumbo, comandante das Farc, lendo um comunicado que exigiu que um acordo sobre garantias de segurança seja firmado rapidamente.
A violência na Colômbia está em seu nível mais baixo em 50 anos, em parte graças a um cessar-fogo unilateral durante o qual as Farc reduziram os ataques e sequestros. Mas os assassinatos de líderes sociais, membros de sindicatos e ativistas políticos cresceu 35 por cento no ano passado, de acordo com dados do grupo de pesquisa Cerac, que monitora o conflito de meio século.