Por Maayan Lubell
JERUSÁLEM (Reuters) - Procuradores de Israel acusaram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira, de trocar favores como "moeda corrente", na abertura de um julgamento por corrupção que ofuscou suas perspectivas de continuar no cargo, após uma eleição inconclusiva.
Netanyahu, que se declarou inocente das acusações de suborno, quebra de confiança e fraude, chegou ao Tribunal Distrital de Jerusalém de máscara e cercado de advogados, enquanto manifestantes contrários e favoráveis gritavam do lado de fora.
Os procuradores disseram que Netanyahu foi responsável por regulamentações que permitiram que um casal poderoso de uma empresa de telecomunicações fechasse acordos de "muitas centenas de milhões de shekels", em troca suavizando a cobertura do premiê em um site de notícias que então controlavam.
"O relacionamento entre Netanyahu e os (co)acusados se tornou moeda corrente, algo que podia ser trocado", disse o procurador Liat Ben-Ari ao apresentar o chamado caso 4000. "Esta moeda corrente poderia distorcer o discernimento de um servidor público".
Netanyahu ainda enfrenta dois casos adicionais, no primeiro julgamento criminal de um premiê israelense no cargo. Ele se descreve como vítima de uma caça às bruxas de motivação política.
Enquanto isso, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, começou consultas com líderes partidários sobre quem poderia formar a próxima coalizão de governo, já que a eleição de 23 de março, a quarta em dois anos, não deu nem a Netanyahu nem a seus rivais uma vitória clara.