Por Mark Hosenball e Mica Rosenberg
ZURIQUE/NOVA YORK (Reuters) - A Fifa colocou em licença nesta quinta-feira o secretário-geral Jérôme Valcke, horas depois de um ex-jogador afirmar que Valcke poderia estar envolvido em um esquema ilegal para revender ingressos da Copa do Mundo de 2014.
Abalada por investigações de corrupção realizadas por autoridades suíças e norte-americanos, a entidade que controla o futebol mundial disse em comunicado que tomou conhecimento de alegações envolvendo Valcke e solicitou uma investigação formal pelo comitê de ética da Fifa.
A Fifa não especificou quais seriam as acusações na nota, que informou que Valcke seria "liberado de suas funções imediatamente até nova ordem".
O advogado de Valcke afirmou que o dirigente, responsável por vistoriar os preparativos do Brasil para a Copa de 2014, nega as acusações sobre venda de ingressos do Mundial.
Mais cedo nesta quinta-feira, o ex-jogador israelense Benny Alon disse durante entrevista coletiva em Zurique que aceitou em 2013 dar dinheiro para Valcke assegurar ingressos da Copa do Mundo. Ele declarou que o plano era então vender os ingressos para torcedores e dividir os lucros com Valcke.
Alon disse que o acordo acabou não sendo concretizado e nunca pagou nada ao dirigente. A Reuters não pôde confirmar de forma independente a declaração de Alon.
A Fifa controla o direito de vender todos os ingressos da Copa do Mundo e sancionou autoridades no passado por revenderem ingressos por preços maiores.
As declarações de Alon ocorrem num momento em que autoridades dos Estados Unidos e da Suíça investigam corrupção no futebol. Em maio, foram indiciados 14 empresários de marketing esportivo e dirigentes da Fifa, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin.
(Reportagem de Mark Hosenball e Mica Rosenberg)