ZURIQUE (Reuters) - O presidente da Uefa, Michel Platini, disse que os nove anos de atraso para que ele recebesse um pagamento de 2 milhões de francos suíços, cifra que está no centro de uma investigação da procuradoria suíça, se deram devido à incapacidade da Fifa de pagá-lo em dia.
O gabinete do procurador-geral da Suíça disse que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, encontrava-se sob suspeita de ter feito um "pagamento desleal" de 2 milhões de francos suíços (2,05 milhões de dólares) a Platini em 2011, supostamente em decorrência de serviços prestados entre janeiro de 1999 e junho de 2002, o que teria causado prejuízos à Fifa.
As autoridades suíças não informaram por que o pagamento teria sido "desleal" ou o que foi feito com o dinheiro.
"Eu fui empregado pela Fifa como assessor especial do presidente Joseph Blatter, trabalhando em várias questões relacionadas ao futebol, tais como o calendário do futebol internacional. Foi uma ocupação em tempo integral", disse o francês Platini em uma entrevista à agência de notícias francesa AFP.
"Como expliquei às autoridades suíças, recebi somente parte do salário acordado entre 1998 e 2002", acrescentou ele. "Isso aconteceu porque, à época, a Fifa me informou que não poderia me pagar o montante total acordado. Claro que todas as cifras recebidas à época foram declaradas às autoridades pertinentes."
Platini recebeu o pagamento em 2011, ano que Blatter foi reeleito como presidente da Fifa.
Em 2001, a Fifa enfrentou problemas financeiros após a falência da empresa de marketing parceira ISL/ISMM.
No ano passado, a Fifa obteve mais de 2 bilhões de dólares em rendimentos e suas reservas em dinheiro aumentaram para 1,523 bilhão de dólares.