LONDRES/MOSCOU (Reuters) - Yulia Skripal fez nesta quinta-feira seu primeiro comentário público desde que foi envenenada no Reino Unido no mês passado juntamente com seu pai e ex-agente russo Sergei, dizendo que "o episódio todo é algo desconcertante".
Os Skripal foram encontrados inconscientes em um banco em Salisbury, cidade do sul inglês, em 4 de março, um ataque com um agente nervoso que o governo britânico atribuiu à Rússia, embora Moscou negue qualquer envolvimento.
"Agora faz mais de uma semana que acordei, e estou feliz de dizer que minha força está voltando diariamente. Sou grata pelo interesse por mim e pelas muitas mensagens de boa vontade que recebi", disse Yulia, de 33 anos, em um comunicado divulgado pela polícia de Londres.
"Tenho certeza que vocês entendem que o episódio todo é algo desconcertante, e espero que respeitem minha privacidade e a de minha família durante o período de minha convalescência."
Ela disse querer agradecer a equipe do hospital que a está tratando e as pessoas que foram em sua ajuda "quando meu pai e eu estávamos incapacitados".
O ataque deixou os Skripal em estado grave, mas em 29 de março o hospital no qual estão sendo cuidados disse que Yulia estava melhorando. Segundo a direção do hospital, seu pai ainda se encontra em estado grave, mas estável, na UTI.
Mais cedo nesta quinta-feira, a televisão estatal russa e a agência de notícias Interfax relataram que Yulia telefonou para sua prima, Viktoria Skripal, na Rússia, dizendo que ela e o pai estão se recuperando e que espera receber alta em breve. "Está tudo bem, tudo tem conserto, todos estão melhorando, todos estão vivos", disse ela na ligação, segundo os dois veículos russos.
Quando indagada sobre a saúde de Sergei, Yulia respondeu: "Está tudo bem, ele está descansando neste momento, dormindo. Todos estão bem de saúde, ninguém tem nenhum problema que não possa ser resolvido. Logo estarei de saída (do hospital)", ainda segundo os veículos russos.
A TV estatal disse não poder garantir a autenticidade das citações.
Viktoria Skripal disse que planeja viajar à Inglaterra e tentar levar Yulia de volta para a Rússia.
(Por Michael Holden em Londres e Andrey Ostroukh em Moscou)