Por Cassandra Garrison
SANTIAGO (Reuters) - A filha do popular cantor chileno Victor Jara pediu que o governo do Chile aja com mais rapidez para pedir a extradição pelos Estados Unidos do homem condenado pelo assassinato de seu pai em 1973.
Amanda Jara tinha oito anos quando seu pai, Victor Jara, um célebre cantor, diretor de teatro e professor universitário, foi preso junto de seus alunos e uma série de outros esquerdistas em um estádio de futebol após o golpe que instalou o ditador Augusto Pinochet no poder. Lá, testemunhas dizem que ele foi espancado e baleado até a morte.
"É extremamente frustrante que governos chilenos não tenham colocado nem os recursos nem a vontade política por trás da ordem de extradição", disse Amanda.
O trabalho de Victor Jara e a natureza de sua morte inspiraram tributos de artistas como Bruce Springsteen, The Clash e U2. Sua música e memória continuam famosas na atual sociedade chilena.
Um juiz chileno condenou oito militares reformados a 15 anos de prisão em julho por seu assassinato, após uma longa investigação.
Mas outro homem procurado por conexão ao assassinato continua livre e está morando nos Estados Unidos.
O tenente reformado do Exército Pedro Barrientos foi declarado culpado pela morte de Victor Jara em 2016 em um tribunal federal na Flórida, onde um ex-recruta descreveu como Barrientos depois contou vantagem e gabou-se com a pistola que usou para balear e matar o cantor.
Não foi possível contatar Barrientos imediatamente. O advogado que o representou no julgamento não está mais na sua defesa, disse a firma de advogacia.
O pedido do Chile para que seja extraditado, apresentado pela primeira vez em 2013, segue no limbo.