Por Makini Brice
WASHINGTON (Reuters) - Hunter Biden, filho do presidente norte-americano, Joe Biden, processou o IRS, a Receita Federal dos Estados Unidos, nesta segunda-feira, alegando uma divulgação ilegal de seus impostos por delatores que trabalham para a agência fiscal.
A ação, movida no Tribunal Distrital para o Distrito de Columbia, concentrou-se nas declarações feitas por Gary Shapley e Joseph Ziegler, agentes do IRS, em entrevistas à imprensa no contexto de uma longa investigação em curso por republicanos da Câmara dos Deputados sobre impostos e negócios de Hunter Biden.
Hunter Biden, de 53 anos, está no centro de um turbilhão político, à medida que os republicanos da Câmara lançam um inquérito de impeachment contra seu pai, com foco em supostos vínculos entre suas práticas comerciais e as políticas de seu pai durante o mandato do democrata como vice-presidente norte-americano, de 2009 a 2017. Até o momento, eles não apresentaram nenhuma evidência de que o pai tenha lucrado com os negócios do filho. A Casa Branca negou qualquer irregularidade.
A ação judicial desta segunda-feira faz referência a "mais de 20 entrevistas transmitidas nacionalmente e não sancionadas pelo Congresso, além de inúmeras declarações públicas" de Shapley, Ziegler e seus advogados sobre Hunter Biden.
Shapley e Ziegler testemunharam no Congresso como delatores sobre a suposta interferência política em uma investigação do IRS sobre os registros fiscais do filho de Biden. O Departamento de Justiça dos EUA negou qualquer interferência desse tipo.
"O processo se trata da decisão dos funcionários do IRS, seus representantes e outros de ignorar suas obrigações e, repetidamente e intencionalmente, divulgar e disseminar publicamente as informações protegidas da declaração de imposto do Sr. Biden fora das exceções para divulgações permitidas pela lei", diz o processo.
Hunter Biden está pedindo, entre outros outros tipos de reparação, 1.000 dólares para cada divulgação não autorizada de suas informações de declaração de imposto.
O Comitê Judiciário da Câmara, liderado pelos republicanos, chamou o processo de "intimidação" em uma publicação nas redes sociais. O IRS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.