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Fim de maldição? Tribunal decide que filme de Terry Gilliam sobre Dom Quixote pode ser exibido em Cannes

Publicado 09.05.2018, 20:00
Atualizado 09.05.2018, 20:10
© Reuters. Diretor Terry Gilliam posa em Londres

Por Robin Pomeroy

CANNES, França (Reuters) - Um tribunal de Paris decidiu nesta quarta-feira que Terry Gilliam pode exibir “The Man Who Killed Don Quixote” (O Homem que Matou Dom Quixote, em tradução livre) no Festival de Cannes, removendo o obstáculo final de sua batalha de 20 anos para levar a história às telas.

Fãs elogiaram a notícia como um sinal de que “a maldição de Dom Quixote” foi finalmente quebrada, após Gilliam ter que abandonar uma versão inicial estrelada por Johnny Depp em 2000 por conta de uma série de calamidades, incluindo alagamentos e problemas de saúde e orçamentários.

    Finalmente refeito com Jonathan Pryce e Adam Driver, Cannes selecionou o filme para encerrar o festival em 19 de maio, mas uma disputa judicial de última hora de um ex-produtor que diz ter os direitos significava que incertezas permaneciam até a decisão desta quarta-feira.

    Aumentando a ideia de uma maldição, o jornal The Guardian relatou mais cedo nesta quarta-feira que Gilliam, de 77 anos, teve um pequeno acidente vascular cerebral no final de semana, mas ele tuitou que agora está bem: “Após dias de descanso e orações aos deuses estou novamente recuperado e bem”.

    “Nós somos legalmente vitoriosos! Nós iremos ao baile, vestidos como o filme de encerramento no Festival de Cannes! 19 de maio. Obrigado a todos pelo apoio. #QuixoteVive”, tuitou Gilliam, cujos filmes incluem “Brazil” e “Os Bandido do Tempo”.

    O tribunal parisiense rejeitou um pedido do ex-produtor Paulo Branco para impedir a exibição em Cannes, embora Branco tenha dito a repórteres que o tribunal havia confirmado sua posição de que possui os direitos.

© Reuters. Diretor Terry Gilliam posa em Londres

    O advogado de Gilliam disse que o tribunal não respondeu à questão de quem possui os direitos, mas havia ordenado que a exibição do filme inclua um comunicado de que Branco reivindica propriedade.

    “O juiz disse que a moção para um embargo é manifestadamente desproporcional e é prejudicial à liberdade de expressão”, disse Benjamin Sarfati à Reuters, acrescentando ter falado com Gilliam, que ficou satisfeito.

    “Ele disse: ‘A maldição está quebrada. O filme pode ser visto pelo público’”.

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