Por Ju-min Park e Jack Kim
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte lançou um foguete de longo alcance neste domingo carregando o que chamou de satélite, mas seus vizinhos e os Estados Unidos chamaram o lançamento de teste de míssil, realizado em desacato às sanções da ONU e apenas semanas depois de um teste de bomba nuclear.
O Comando Estratégico dos EUA disse ter detectado um míssil entrando no espaço, e o Exército da Coreia do Sul afirmou que o foguete colocou um objeto em órbita.
A Coreia do Norte afirmou que o lançamento do satélite Kwangmyongsong-4, batizado com o nome do falecido líder Kim Jong Il, foi um "sucesso completo" e está fazendo um órbita polar da Terra a cada 94 minutos. A ordem de lançamento foi dada pelo filho dele, o líder Kim Jong Un, que acredita-se ter 33 anos de idade.
O lançamento levou a Coreia do Sul e os EUA a anunciar que vão explorar a viabilidade de instalar um sistema avançado de defesa de mísseis na Coreia do Sul, ao que a China e a Rússia se opõem, "o mais rápido possível".
A agência de notícias estatal da Coreia do Norte publicou uma foto de um foguete branco que lembra um outro lançado anteriormente. Outra mostra Kim cercado por militares comemorando o que parece ser um centro de comando.
O último lançamento de foguete de longo alcance da Coreia do Norte, em 2012, colocou em órbita o que o país chamou de satélite de comunicação, mas nenhum sinal dele jamais foi detectado.
O foguete decolou por volta de 9:30 no horário de Seul (22:30 de sábado, horário de Brasília) em uma trajetória voltada para o sul, como planejado.
A Coreia do Norte havia notificado agências da ONU de que planejava lançar um foguete carregando um satélite de observação da Terra, o que provocou oposição de governos que veem isso como um teste de mísseis de longo alcance.
O Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião de emergência neste domingo para discutir o lançamento, a pedido dos EUA, Japão e Coreia do Sul, disseram diplomatas.
O lançamento e o teste nuclear realizado em 6 de janeiro são vistos como esforços pelo jovem líder da Coreia do Norte para impulsionar sua legitimidade doméstica antes do Congresso do Partido em maio, o primeiro desde 1980.
A embaixada da Coreia do Norte em Moscou afirmou em comunicado que o país continuará a lançar foguetes com satélites, de acordo com a agência de notícias russa Iterfax.