LIMA (Reuters) - As Forças Armadas e a polícia do Peru começaram nesta quarta-feira a desbloquear o acesso a uma das maiores minas de cobre do país, controlada pela chinesa MMG, depois que o governo declarou estado de emergência na região para frear um protesto.
O general da Polícia Nacional do Peru, Héctor Loayza, informou ao canal estatal TV Peru que dos 10 pontos de bloqueio de vias, sete haviam sido liberados.
A intervenção ocorreu após o governo anunciar estado de emergência por 30 dias em uma área andina onde moradores estão bloqueando há quase quatro semanas uma estrada usada pela mineradora para transportar seus concentrados.
Com essa medida, o governo suspendeu o direito ao trânsito livre e a realizar reuniões públicas em vários locais da província andina de Chumbivilcas, na região de Cusco.
"Há um bloqueio nas vias e a polícia precisa restaurar a ordem pública... Nesta oportunidade, estamos fazendo isso com o pessoal das forças armadas para que, obviamente, a operação seja contundente e se evite custos sociais", disse Loayza.
Embora a polícia não tenha mencionado algum tipo de confronto com os moradores, Carlos Quispe, presidente da Frente de Defesa de Chumbivilcas, afirmou que confrontos com as forças estavam ocorrendo.
"No momento, há uma repressão policial, há um confronto. Lamentamos essa situação. Sempre pedimos ao Estado peruano que inicie o diálogo correspondente e não imponha a ordem dessa maneira", afirmou Quispe.
As comunidades locais pedem a revogação de um decreto de 2016 que autorizou a construção de uma estrada na área sem antes consultar os moradores.
Las Bambas, cuja extração de metal representa 16% de todo o país andino, tem para este ano uma meta de produção entre 385.000 e 405.000 toneladas de cobre, ante 385.000 toneladas no ano passado, segundo a empresa.
(Reportagem de Marco Aquino e María Cervantes)