Por Hongji Kim e Phil Stewart
PAJU, Coreia do Sul/WASHINGTON (Reuters) - As Forças Armadas dos Estados Unidos buscavam nesta quarta-feira determinar o destino de um soldado norte-americano que fez uma travessia não autorizada da fronteira intercoreana para a Coreia do Norte, lançando Washington em uma nova crise ao lidar com o país com armas nucleares.
O Exército dos EUA identificou o soldado como Travis T. King, que ingressou em 2021 e enfrentava ação disciplinar.
Durante um tour de orientação à Área de Segurança Conjunta (JSA) na fronteira entre as duas Coreias, King cruzou para a Coreia do Norte na terça-feira "deliberadamente e sem autorização", disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
"Acreditamos que ele está sob custódia (norte-coreana) e, portanto, estamos monitorando e investigando de perto a situação e trabalhando para notificar os parentes mais próximos do soldado", declarou Austin em um briefing.
A mídia estatal da Coreia do Norte não fez nenhuma menção ao incidente. Sua missão nas Nações Unidas em Nova York não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A travessia ocorre em um momento de tensão renovada na península coreana, com a chegada na terça-feira de um submarino nuclear dos Estados Unidos com mísseis balísticos e o lançamento de teste na quarta-feira de dois mísseis balísticos no mar pela Coreia do Norte.
Os mísseis de curto alcance foram disparados de uma área perto de sua capital, Pyongyang, voando 550 km e 600 km antes de mergulhar no mar ao largo de sua costa leste, disseram os militares da Coreia do Sul.
A Coreia do Norte tem testado mísseis cada vez mais poderosos capazes de transportar ogivas nucleares, incluindo um novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido na semana passada.
O Comando da ONU (UNC), que supervisiona a segurança da área de fronteira, comunicou-se por uma linha direta com os norte-coreanos sobre o soldado dos EUA.
Os militares dos EUA estavam "trabalhando com nossos pares KPA para resolver este incidente", disse o coronel Isaac Taylor, referindo-se ao Exército Popular da Coreia do Norte.
"Nós nos comunicamos com os norte-coreanos todos os dias", afirmou ele. "É tudo parte do acordo de armistício."