DEIR AL ZOR, Síria (Reuters) - Apoiadas pelos Estados Unidos, as Forças Democráticas Sírias (FDS) disseram ter frustrado um ataque suicida coletivo do Estado Islâmico na manhã desta quarta-feira, durante uma batalha decisiva pelo controle do último enclave do grupo jihadista.
As FDS disseram na terça-feira que a batalha por Baghouz, um aglomerado de vilarejos e plantações próximo da fronteira iraquiana, estava praticamente encerrada.
O enclave é a última porção de território controlada pelos jihadistas, que foram expulsos das grandes áreas que ocupavam no Iraque e na Síria ao longo dos últimos quatro anos.
Mustafa Bali, chefe do escritório de mídia das FDS, disse que as forças bombardearam Baghouz intensamente de madrugada e depois se envolveram em confrontos diretos com combatentes do Estado Islâmico entre as 4h e as 6h da manhã.
Imagens transmitidas ao vivo pela TV curda Ronahi de madrugada mostraram uma série de grandes explosões iluminando o céu noturno de Baghouz.
"Houve ataques de um grupo de homens-bomba com coletes suicidas que tentaram se explodir entre nossas forças. Nossas forças os miraram e mataram antes de eles alcançarem nossas posições", disse Bali.
As FDS estão sitiando Baghouz há semanas, mas adiaram seu ataque final várias vezes para permitir a retirada de milhares de civis, incluindo mulheres e filhos de combatentes do Estado Islâmico, retomando-o no domingo.
Cerca de 3 mil combatentes e suas famílias se renderam a forças das FDS em 24 horas, disse Bali de madrugada. Três mulheres e quatro crianças da seita yazidi, um grupo minoritário que foi sequestrado e escravizado pelo Estado Islâmico em 2014, também foram libertadas, afirmou.
Embora Baghouz seja o último território habitado do que antes foi um "califado" autoproclamado do grupo, combatentes ainda atuam em partes remotas de outras áreas.
Na madrugada de segunda-feira, o grupo divulgou um novo vídeo de propaganda filmado nas últimas semanas dentro de Baghouz, no qual insiste em reivindicar a liderança de todos os muçulmanos e exorta seus apoiadores a manterem a fé.
"Amanhã, se Deus quiser, estaremos no paraíso e eles estarão ardendo no inferno", disse um dos homens entrevistados no vídeo.
(Por Rodi Said em Deir al-Zor, Síria)