Por Gulsen Solaker e Ellen Francis
ANCARA/BEIRUTE (Reuters) - Forças pró-Síria entraram nesta terça-feira na região de Afrin, no noroeste sírio, para ajudar uma milícia curda na área a conter um ataque da Turquia, criando a perspectiva de uma escalada maior no conflito.
Pouco depois da chegada de um comboio de milicianos que empunhavam bandeiras da Síria e brandiam armas em Afrin, a mídia estatal síria relatou que a Turquia os alvejou com fogo de artilharia.
O confronto opõe diretamente o Exército turco e grupos rebeldes sírios aliados à aliança militar que apoia o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, complicando ainda mais o campo de batalha já intrincado do noroeste sírio.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, descreveu o comboio como sendo composto por "terroristas" que agem de forma independente. Ele disse que o fogo de artilharia turca obrigou-o a retroceder, embora a milícia curda tenha negado isso.
A TV síria mostrou mais cedo o grupo atravessando um posto de verificação com a insígnia da força de segurança curda, alguns entoando "uma Síria, uma Síria" e dirigindo rumo ao interior do enclave.
A ofensiva de um mês da Turquia visa expulsar a milícia curda YPG, que Ancara vê como uma grande ameaça de segurança à sua fronteira, de Afrin.
A YPG saudou a chegada de forças pró-governo --que incluíram milícias aliadas a Assad, mas não o Exército sírio propriamente dito-- e disse que está se mobilizando ao longo da linha de frente, diante da divisa turca.
A milícia não mencionou um acordo que, segundo relatou um oficial curdo no domingo, foi firmado com Damasco para que o Exército sírio entre em Afrin.
Erdogan disse que havia chegado previamente a um acordo com o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente do Irã, Hassan Rouhani, principais apoios internacionais de Assad, para bloquear o suporte do governo sírio aos combatentes da YPG.