PARIS (Reuters) - Os atletas israelenses receberão proteção 24 horas durante os Jogos Olímpicos de Paris, informou o ministro do Interior da França, depois que um parlamentar de extrema-esquerda disse que a delegação de Israel não era bem-vinda e convocou protestos contra sua participação.
Os Jogos começam na sexta-feira em meio a preocupações de segurança em um momento de tensões geopolíticas elevadas sobre as guerras na Ucrânia e em Gaza. A guerra de Israel contra o Hamas, que devastou Gaza, tornou-se um para-raios entre a extrema-esquerda da França, com alguns críticos acusando membros pró-palestinos de antissemitismo.
O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, disse em uma entrevista à TV no domingo à noite que os atletas israelenses serão protegidos 24 horas por dia durante os Jogos, 52 anos após o massacre das Olimpíadas de Munique, no qual 11 israelenses foram mortos por militantes palestinos.
Darmanin falou depois que o parlamentar do partido de extrema-esquerda França Insubmissa (LFI) Thomas Portes foi filmado dizendo que os atletas olímpicos israelenses não eram bem-vindos na França e que deveria haver protestos contra sua participação nos Jogos.
"Estamos a poucos dias de um evento internacional que será realizado em Paris, que são os Jogos Olímpicos. E estou aqui para dizer que não, a delegação israelense não é bem-vinda em Paris. Os atletas israelenses não são bem-vindos nos Jogos Olímpicos de Paris", disse ele sob aplausos, de acordo com imagens publicadas nas mídias sociais.
Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Stéphane Séjourné, disse em uma reunião com seus pares da União Europeia em Bruxelas: "Quero dizer em nome da França, para a delegação israelense, que damos as boas-vindas a vocês na França para esses Jogos Olímpicos".
Paul Benvie, um dos funcionários do Departamento de Estado norte-americano que coordena a segurança das Olimpíadas para a equipe dos Estados Unidos, disse à Reuters que o sentimento anti-Israel era "uma das várias questões" que Washington estava analisando e "parte da análise contínua para determinar onde precisamos ajustar nossas estratégias".
Portes não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. A embaixada israelense não quis comentar.
(Reportagem de John Irish e Tassilo Hummel)