Por Michel Rose
PARIS (Reuters) - O presidente da França, François Hollande, descartou nesta quarta-feira os planos de retirar a cidadania francesa de pessoas condenadas por terrorismo, recuando de uma posição firme que havia assumido dias depois dos ataques de novembro em Paris que deixaram 130 mortos.
Embora se tratasse de uma proposta popular entre os eleitores e que daria ao líder socialista uma oportunidade de acenar à direita, a reforma constitucional não obteve o apoio necessário das duas Casas do Parlamento.
Hollande também abandonou a proposta de inserir na Constituição uma série de regras sobre o estado de emergência e culpou a oposição por minar seus planos, embora alguns membros de seu próprio partido também tenham se oposto aos projetos.
"Parte da oposição foi hostil a uma revisão da Constituição. Lamento esta atitude", disse Hollande após uma reunião de gabinete. "Decidi encerrar este debate".
O passo atrás deve prejudicar ainda mais as já poucas chances de Hollande se reeleger em 2017, afirmou Frederic Dabi, do instituto de pesquisa Ifop.
"Isso irá ressuscitar a percepção de um presidente que não é determinado, que carece de autoridade, cuja mão está tremendo", disse Dabi.