Por Matthias Blamont e Temis Tormo
CALAIS, França (Reuters) - Escavadoras retiraram pilhas de destroços e derrubaram abrigos improvisados no campo de imigrantes da cidade francesa de Calais conhecido como "Selva" nesta quinta-feira, e as autoridades disseram que 6 mil pessoas foram retiradas do local.
Instituições de caridade afirmaram, porém, que centenas de imigrantes podem ter fugido do campo em vez de entrarem em um programa do governo para reassentá-las por todo o país.
A "Selva" era uma cidadela precária e superlotada que passou a simbolizar a dificuldade da Europa para lidar com as levas recordes de imigrantes saídos de regiões da África, do Oriente Médio e da Ásia empobrecidas e envoltas em guerras, muitos deles determinados a cruzar o mar que leva de Calais ao Reino Unido.
O presidente da França, François Hollande, que irá enfrentar uma eleição daqui a seis meses, sofreu pressão local e decidiu fechar o campo e realocar seus habitantes em cidades e vilarejos ao redor do país enquanto seus casos individuais são examinados.
"Até a próxima segunda-feira, o campo não existirá mais. Ele já acabou, mas o trabalho (de demolição) será finalizado na noite de segunda-feira", disse a administradora regional Fabienne Buccio a repórteres enquanto as escavadoras trabalhavam no campo, onde a retirada dos moradores começou na segunda-feira.
Ela disse que mais de 6 mil imigrantes se inscreveram para ser conduzidos a outros locais da França, tal como planejado, e que isso corresponde ao número de pessoas que viviam no campo.