Por Geert De Clercq
PARIS (Reuters) - A França fez uma homenagem às vítimas dos ataques de militantes islâmicos no ano passado, em uma cerimônia silenciosa com poucos participantes neste domingo, quase um ano após 1 milhão de pessoas marcharem em Paris para protestar contra os assassinatos na revista satírica Charlie Hebdo.
O presidente François Hollande e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, depositaram uma coroa na estátua de Marianne, figura que é símbolo da República Francesa, no centro de Paris.
A estátua se tornou um santuário para as 17 vítimas dos atentados de Janeiro de 2015, no Charlie Hebdo e em uma delicatessen judaica, e para as 130 pessoas mortas a tiros por militantes em 13 de novembro, em um concerto e em bares e restaurantes de Paris.
"Para as vítimas dos ataques terroristas em janeiro e em novembro. Neste local, o povo da França presta suas homenagens", dizia uma placa de metal revelada por Hollande e Hidalgo debaixo de um carvalho recém-plantado como um memorial na Praça da República, no leste de Paris.
Hollande e Hidalgo não falaram na cerimônia, mas o veterano astro de rock francês Johnny Hallyday, acompanhado apenas de um violão, cantou uma canção sobre a marcha em 11 de janeiro do ano passado, que reuniu a maior multidão em Paris desde a libertação da cidade da Alemanha nazista, em 1944.
O coral do exército francês cantou "Les Prenoms de Paris" ("Os Primeiros Nomes de Paris"), do falecido intérprete belga Jacques Brel, e "Le temps des cerises", uma canção associada com o movimento socialista da Paris de 1871, enquanto dois atores leram um discurso escrito no século 19 por Victor Hugo.
A enorme praça no leste de Paris, ponto central da marcha de janeiro de 2015, que teve a participação de dezenas de líderes mundiais de braços dados, estava relativamente vazia durante a cerimônia.
Hidalgo convidou os parisienses a levar velas à praça a partir das 17h, horário de Paris (16h GMT) e disse que a estátua Marianne - coberta com flores, velas e fotos das vítimas - será permanentemente iluminada a partir de agora. "Paris está ferida, mas ainda estamos de pé", disse à televisão francesa após a cerimônia.