Por Gérard Bon
PARIS (Reuters) - A Frente Nacional, extrema-direita francesa, acusou autoridades de montarem uma encenação para a mídia nesta segunda-feira com o objetivo de influenciar as eleições presidenciais, depois que a polícia fez uma busca na sede do partido numa investigação sobre os chamados “trabalhos falsos”.
As buscas se deram depois que os rendimentos dos bônus do governo francês subiram de forma acentuada com as notícias sobre uma pesquisa que mostra a líder Marine Le Pen ganhando terreno em relação aos seus principais rivais, o independente Emmanuel Macron e o conservador e ex-premiê François Fillon.
Na sexta-feira, Le Pen havia negado as alegações da agência antifraudes da União Europeia de que ela tinha dado a assistentes parlamentares trabalhos falsos pagos com recursos do bloco.
Juízes franceses abriram uma investigação de fraude em 15 de dezembro depois que promotores lhes entregaram um dossiê na sequência de uma investigação preliminar de mais de um ano.
"Isso é vazio como o espaço”, afirmou Florian Philippot, vice-presidente do partido, à TV BFM, acrescentando que buscas haviam ocorrido há um ano e nada tinha sido encontrado.
"Essas buscas são uma encenação para a mídia no dia em que ela (Le Pen) consegue um salto nas pesquisas. É sempre quando o sistema está em pânico que esses temas aparecem.”
Nesta segunda, uma pesquisa Opinioway mostrou Le Pen vencendo com facilidade seus quatro principais rivais no primeiro turno de 23 de abril com 27 por cento dos votos.
No segundo turno, tanto contra Macron quanto contra Fillon, ela ainda segue perdendo, mas nos dois cenários ela reduziu a margem.
Ela perderia para Macron com 42 por cento dos votos contra 58 por cento do candidato. Contra Fillon, ela perderia com 44 por cento, enquanto Fillon teria 56 por cento, segundo a pesquisa. Há uma semana ela estava com entre 36 por cento e 37 por cento contra Macron.
Não está claro o impacto que a investigação pode ter na candidatura de Le Pen, ou com que velocidade a investigação avançará.