Por Hyonhee Shin e Ju-min Park
SEOUL/GAPYEONG, Coreia do Sul (Reuters) - O fundador da igreja no centro do surto de coronavírus da Coreia do Sul pediu desculpas, nesta segunda-feira, depois que um de seus membros foi diagnosticado com o vírus e infectou vários outros, classificando a epidemia como uma "grande calamidade".
A Coreia do Sul relatou 599 casos novos nesta segunda-feira, o que elevou a cifra nacional a 4.335, e já houve 26 mortes.
Um membro da Igreja de Jesus de Shincheonji conhecido como Paciente 31 foi o primeiro de uma série de infecções a atingirem o país nas últimas semanas. O suposto papel da igreja no surto causou uma revolta pública considerável.
Lee Man-hee, um profeta autoproclamado que fundou e lidera a igreja, disse que tentou conter a propagação da doença na congregação.
"Fizemos nosso melhor, mas não conseguimos impedir a disseminação do vírus", disse Lee em uma coletiva de imprensa diante de uma instalação da igreja em Gapyeong, ao nordeste de Seul.
"Estou muito grato, mas ao mesmo tempo pedindo perdão. Jamais pensei que isso aconteceria, nem em sonho", disse ele a repórteres, curvando-se profundamente duas vezes, um gesto tradicional de humildade e lamento.
Vários manifestantes lançaram insultos contra o líder recluso, que falou um dia depois de o governo municipal de Seul pedir a procuradores que iniciem uma investigação de homicídio culposo contra Lee.
A Coreia do Suk disse que a igreja pode ser responsabilizada por se recusar a cooperar com os esforços para deter a doença.
A igreja sigilosa enfrenta uma vigilância inédita das autoridades e do público, e todos seus 310 mil seguidores e "trainees" estão sendo examinados em busca do vírus.