BRASÍLIA (Reuters) - A Suécia concordou em reduzir o custo de financiamento para a venda de 36 caças Gripen NG à Força Aérea Brasileira (FAB) por 5,4 bilhões de dólares, disse o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nesta quarta-feira.
As demoradas negociações sobre o acordo de financiamento atrasaram o acordo final para a compra dos caças, fabricados pela sueca Saab (ST:SAABb).
Em meio a um esforço de reequilíbrio das contas públicas, o governo brasileiro tentava reduzir a taxa de juros, acordada inicialmente no ano passado em 2,54 por cento ao ano com a agência de crédito à exportação da Suécia, a SEK, como parte dos esforços de ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Wagner disse que as duas partes concordaram em reduzir as taxas de juros do financiamento para 2,19 por cento, que serão pagas pelo Brasil em 25 anos, com oito anos e meio de carência.
"A solução foi boa para ambos os países. Vamos entrar em um mundo de tecnologia avançada. Dentro de 10 a 12 dias, vamos ratificar o contrato e teremos mais de 200 brasileiros indo à Suécia para treinamento", disse o ministro em entrevista coletiva em Ladário, no Mato Grosso do Sul, onde acompanha as atividades da Operação Ágata 9, das Forças Armadas, segundo o ministério.
"O governo não poderia assinar em 2015 um contrato com a taxa de 2014", acrescentou o ministro.
Os primeiros caças devem ser entregues à FAB em 2019. A Saab planeja estabelecer uma linha de montagem no Brasil até 2024 em parceria com a Embraer (SA:EMBR3).
O contrato prevê total transferência de tecnologia e a produção de 15 caças no Brasil, incluindo oito modelos de dois lugares, pedidos pela FAB, informou o ministério.
O Brasil tomou a decisão sobre os caças em dezembro de 2013, escolhendo o Gripen, da Saab, em vez do F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e do Rafale, da francesa Dassault, que também estavam na disputa.
O Brasil também assinou um acordo adicional para a compra de 245 milhões de dólares em armas para os Gripens.
(Reportagem de Anthony Boadle)