WASHINGTON (Reuters) - Microfósseis de micróbios de quase 4,3 bilhões de anos encontrados no Canadá são similares às bactérias que vivem hoje nas fontes hidrotermais do assoalho marítimo e podem representar a evidencia mais antiga conhecida de vida na Terra, disseram cientistas nesta quarta-feira.
Os fósseis da costa da Baía de Hudson, ao norte de Québec, perto das Ilhas Nastapoka dão credibilidade à hipótese de que as fontes hidrotermais que espalham água quente podem ter sido o berço da vida na Terra relativamente logo após a formação do planeta, disseram pesquisadores.
Eles também disseram que acredita-se o vizinho planetário da Terra, Marte, tivesse oceanos naquela época, que poderiam ter condições similares para conduzir o advento da vida, mas que já sumiram há muito tempo desde então.
Minúsculos filamentos e tubos feitos de uma forma de óxido de ferro, ou ferrugem, formados pelos micróbios foram encontrados encrustados em camadas de quartzo que especialistas estimam que tenham entre 3,77 bilhões de anos e 4,28 bilhões de anos, de acordo com o estudo divulgado na publicação Nature.
Os pesquisadores expressaram confiança de que os fósseis do nordeste do Canadá tenham sido formados por organismos, dizendo que nenhuma explicação não biológica era plausível.
Foram os micróbios primordiais como estes descritos no estudo que deram início à marcha evolucionária em direção à vida complexa e, eventualmente, a aparição dos seres humanos 200 mil anos atrás.
“Compreender como e quando a vida começou na Terra ajuda a responder questões existentes há muito tempo: de onde viemos? Há vida em outros lugares do universo?”, disse o pesquisador do estudo, o biogeoquímico da Universidade College, em Londres, Matthew Dodd.
(Por Will Dunham)