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Generais de Mianmar endurecem, e partido de Suu Kyi exige libertação

Publicado 02.02.2021, 08:52
Atualizado 02.02.2021, 08:55
© Reuters. Policial militar faz guarda na região central de Yangon, em Mianmar

(Reuters) - O partido da líder eleita detida de Mianmar, Aung San Suu Kyi, pediu que ela seja libertada imediatamente e que a junta reconheça sua vitória nas eleições de novembro nesta terça-feira, um dia depois de um golpe militar causar uma revolta global.

Os Estados Unidos ameaçaram reativar sanções contra os generais de Mianmar depois que eles tomaram o poder e prenderam Suu Kyi e dezenas de seus aliados em operações realizadas na madrugada de segunda-feira.

O paradeiro da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz continuava desconhecido mais de 24 horas após sua prisão, e sua única comunicação foi um comunicado por escrito que, antevendo o golpe, pediu protestos contra a ditadura militar.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve ser reunir ainda nesta terça-feira, disseram diplomatas, em meio a clamores por uma reação mundial forte à última tomada de poder dos militares em um país atormentado por décadas de controle do Exército.

O golpe veio na esteira de um triunfo contundente do partido Liga Nacional pela Democracia (NLD) de Suu Kyi nas eleições de 8 de novembro, um resultado que os militares se recusam a aceitar, citando alegações de fraude sem comprovação.

O Exército cedeu o controle ao seu comandante, general Min Aung Hlaing, e impôs um estado de emergência de um ano, acabando com as esperanças de que o país assolado pela pobreza, também conhecido como Burma, estivesse rumando para uma democracia estável.

O comitê executivo da NLD exigiu a libertação de todos os detidos "o mais cedo possível".

Em uma publicação na página de Facebook de May Win Myint, uma das maiores autoridades do partido, o comitê também pediu que os militares reconheçam os resultados eleitorais e que o novo Parlamento tenha permissão de tomar posse. Este deveria ter se reunido pela primeira vez desde a votação na segunda-feira.

O presidente dos EUA, Joe Biden, qualificou a crise como um ataque direto à transição democrática de Mianmar e ao Estado de Direito, e disse que seu governo observará como outros países reagem.

© Reuters. Policial militar faz guarda na região central de Yangon, em Mianmar

"Trabalharemos com nossos parceiros em toda a região e o mundo para apoiar a restauração da democracia e do Estado de Direito, além de fazer com que os responsáveis respondam por reverter a transição democrática de Burma", disse Biden em um comunicado.

A China não fez coro ao repúdio, dizendo somente que está ciente dos acontecimentos e pedindo que todos os lados respeitem a Constituição. Outros países da região não quiseram comentar os "assuntos internos" de Mianmar.

(Da redação da Reuters)

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