Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O funeral do ex-presidente norte-americano George H.W. Bush ocorreu nesta quarta-feira, quando dignitários dos Estados Unidos e do exterior se reuniram para lembrar a vida de um herói da Segunda Guerra Mundial, um veterano da Guerra Fria e um ex-diretor da CIA que acabou representando uma era de civilidade na política dos EUA.
Um espírito bipartidário incomum se fez sentir na cerimônia realizada na Catedral Nacional de Washington, e políticos republicanos e democratas homenagearam um presidente que pediu uma nação "mas amável e mais gentil".
Bush, o 41º presidente dos EUA, morreu na semana passada no Texas com 94 anos.
"George H.W. Bush foi o último grande soldado estadista da América", disse Jon Meacham, um biógrafo presidencial, no elogio fúnebre. "Ele se posicionou na ruptura da Guerra Fria contra o totalitarismo. Ele se posicionou na ruptura em Washington contra o partidarismo irracional." As diferenças políticas foram deixadas de lado brevemente em homenagem ao líder falecido, um aviador naval que foi abatido sobre o Oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial e o comandante-chefe que derrotou as forças iraquianas na Guerra do Golfo de 1991.
O presidente Donald Trump trocou um aperto de mão com seu antecessor, Barack Obama, que criticou asperamente muitas vezes, ao ocupar seu lugar na catedral.
A ex-secretária de Estado democrata Hillary Clinton, adversária de Trump na eleição de 2016, e seu marido, Bill Clinton, dividiram o primeiro banco com Obama, Trump e suas esposas.
Trump, republicano como Bush, enfureceu o presidente falecido quando atacou seus filhos, o ex-presidente George W. Bush e Jeb Bush, um de seu rivais na campanha das primárias republicanas de 2016.
George W. Bush disse que seu pai "valorizava o caráter ao invés de pedigree, e ele não era cínico. Ele procuraria o bem em cada pessoa, e ele geralmente o encontrava".
"O melhor pai que um filho ou filha poderia ter", afirmou o ex-presidente em seu elogio, com a voz embargada de emoção.
George H.W. Bush, que foi presidente de 1989 a 1993, foi lembrado como uma figura aristocrática que representou uma era de civilidade hoje desaparecida da política norte-americana. Ele não foi reeleito em parte por não conseguir se conectar com os cidadãos comuns durante uma recessão econômica, mas sua reputação de moderação e educação brilhou mais nos últimos anos em vista da polarização e da agressividade surgidas no país desde a ascensão de Trump.
"Estou na expectativa para me encontrar com a família Bush. Isto não é um funeral, é um dia de celebração por um grande homem que viveu uma vida longa e distinta. Ele fará falta!", tuitou Trump nesta quarta-feira.
Centenas de pessoas se enfileiraram na Avenida Pensilvânia, no centro de Washington, para ver um carro funerário levar o caixão de Bush do Capitólio, onde estava exposto em um velório público desde a noite de segunda-feira, à catedral na manhã desta quarta-feira.
(Reportagem adicional de Richard Cowan, Susan Heavey e Jeff Mason)