Por Margarita Antidze e Andrew Osborn
TBILISI/MOSCOU (Reuters) - Geórgia e Rússia trocaram acusações nesta sexta-feira pela irrupção de tumultos em Tbilisi provocados pela visita de um parlamentar russo, e partidos opositores tentaram capitalizar a irritação popular com o incidente pressionando por demandas políticas mais amplas.
A violência irrompeu na noite de quinta-feira na capital da Geórgia, onde a polícia usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir multidões revoltadas de atacar o Parlamento.
Centenas de pessoas, tanto manifestantes quanto policiais, ficaram feridas, algumas seriamente, quando os manifestantes avançaram contra as fileiras do batalhão de choque, atiraram garrafas e pedras e agarraram escudos, desencadeando uma reação violenta.
Embora se queixem ostensivamente de como a Geórgia se relaciona com a Rússia, com quem seu país travou e perdeu uma guerra de curta duração em 2008, partidos de oposição estão tentando aproveitar o momento para insistir em exigências políticas muito mais amplas e não relacionadas, e pediram à população que voltasse às ruas nesta sexta-feira.
O presidente do Parlamento, Irakli Kobakhidze, renunciou na manhã desta sexta-feira, satisfazendo uma das exigências dos manifestantes.
Uma coalizão de partidos da oposição também exigiu a renúncia do ministro do Interior, a libertação de manifestantes detidos na noite anterior e negociações sobre a realização de uma eleição parlamentar antecipada.
Tamar Kordzaia, líder Partido Republicano, de oposição, disse que os protestos continuarão para manter a pressão em relação às demandas apresentadas.
A presidente georgiana, Salome Zurabishvili, chamou a Rússia de "inimiga e ocupante", e o Kremlin culpou políticos georgianos radicais pelo que classificou de "provocação antirrussa" nesta sexta-feira.