Por Alberto Dabo
BISSAU (Reuters) - Pelo menos seis pessoas morreram em uma tentativa fracassada de derrubar o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, informou a rádio estatal nesta quarta-feira, enquanto os moradores da capital voltavam cautelosamente à vida cotidiana.
Os mortos no incidente de terça-feira incluem quatro agressores e dois membros da guarda presidencial, disse a rádio.
Embalo anunciou na noite de terça-feira que a situação estava sob controle depois que tiros ecoaram por mais de cinco horas perto de um complexo do governo onde ele estava realizando uma reunião de gabinete.
O país da África Ocidental, que tem uma população de cerca de 2 milhões, já viu 10 golpes ou tentativas de golpe desde a independência de Portugal em 1974. Apenas um presidente democraticamente eleito completou um mandato.
A África Ocidental foi atingida por uma série de golpes militares nos últimos 18 meses, incluindo dois no Mali, um na Guiné e um em Burkina Faso na semana passada.
O contexto parecia diferente na Guiné-Bissau. Ainda não está claro quem estava por trás do ataque, mas Embalo sugeriu que estava ligado à luta do governo contra o tráfico de drogas, e não a um plano do Exército para tomar o poder.
"Não foi apenas um golpe. Foi uma tentativa de matar o presidente, o primeiro-ministro e todo o gabinete", disse ele na noite de terça-feira.
O ataque "foi bem preparado e organizado e também pode estar relacionado a pessoas envolvidas no tráfico de drogas", afirmou ele, sem dar mais detalhes.
País empobrecido na costa, Guiné-Bissau é um importante ponto de trânsito da cocaína latino-americana com destino à Europa, contribuindo para sua instabilidade.