SÃO PAULO (Reuters) - A Alphabet, empresa controladora do Google, informou nesta quinta-feira que seus engenheiros estão trabalhando com o Unicef para analisar dados com o objetivo de mapear e prever a disseminação do Zika vírus, ligado a casos de microcefalia no Brasil.
Em comunicado, o Google disse que está oferecendo 1 milhão de dólares ao Unicef para auxiliar seus voluntários em trabalhos de campo, principalmente na América Latina. A empresa norte-americana afirmou que também está atualizando seus produtos para melhorar a disponibilidade de informações sobre o Zika.
O surto de Zika no Brasil, detectado pela primeira vez no ano passado, deixou autoridades e a população em alerta depois de casos de microcefalia (má-formação cerebral) em bebês terem sido relacionados à infecção pelo vírus. No país, há 4.222 casos suspeitos de microcefalia, segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 1º de março.
O Zika vírus, que é transmitido por mosquitos, está se espalhando rapidamente pelas Américas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que declarou o surto de Zika uma emergência de saúde pública mundial no dia 1º de fevereiro.
Mas ainda se desconhece muita coisa sobre o Zika, inclusive se o vírus de fato causa microcefalia. Uma das dificuldades em se rastrear a epidemia é que ainda não existe um exame confiável para a doença, e em muitos casos as vítimas não apresentam sintomas.
O Google disse que uma equipe de voluntários composta por engenheiros, designers e cientistas de dados da empresa está ajudando o Unicef a criar uma plataforma para processar dados de diversas fontes, entre eles padrões de clima e de viagens, para poder visualizar surtos em potencial.
"O objetivo desta plataforma de código aberto é identificar o risco de transmissão do Zika para regiões diferentes e ajudar o Unicef, governos e ONGs a decidir como e onde concentrar seu tempo e seus recursos", declarou a empresa.
Chris Fabian, da área de Inovação do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), disse que a plataforma de código aberto poderia ser ampliada para ter uso global e empregada em futuros surtos de doenças.
Caryl M. Stern, presidente e diretora-executiva do Fundo dos Estados Unidos para o Unicef, disse que a doação do Google irá ajudar o Unicef a socorrer 200 milhões de pessoas na região que ou foram afetadas ou estão vulneráveis ao Zika com informações sobre como podem se proteger.