Por Fergus Jensen e Fransiska Nangoy
JACARTA (Reuters) - O governador cristão de Jacarta foi condenado a dois anos de prisão por blasfêmia contra o islã nesta terça-feira, uma decisão mais dura que o esperado que está sendo vista como um golpe contra a tolerância religiosa na Indonésia, a maior nação de maioria islâmica do mundo.
O veredicto de culpa vem em meio a preocupações sobre a crescente influência de grupos islâmicos na Indonésia, que organizaram uma demonstração em massa durante uma tumultuosa campanha de eleição que terminou com Basuki Tjahaja Purnama sendo derrotado em sua campanha à reeleição como governador.
O presidente Joko Widodo era um aliado de Purnama, um cristão de etnia chinesa que é popularmente conhecido como "Ahok", e o veredicto será um retrocesso para um governo que tem tentado reprimir grupos radicais e tranquilizar as preocupações de investidores de que os valores seculares do país estariam em risco.
Enquanto milhares de defensores e adversários do governador esperavam do lado de fora, o principal juiz da corte de Jacarta, Dwiarso Budi Santiarto, disse que foi "considerado (que Purnama) conduziu legitimamente e convincentemente um ato criminal de blasfêmia, e por causa disso nós impusemos um aprisionamento de dois anos".
(Reportagem adicional de Gayatri Suroyo, Darren Whiteside, Tom Allard e Agustinus Beo Da Costa)