Por Rich McKay e Ted Hesson e Jonathan Allen
(Reuters) - Alguns moradores do rico reduto progressista de Martha's Vineyard, no Estado norte-americano de Massachusetts, criticaram a ação do governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, de levar dezenas de imigrantes para a ilha como uma "manobra" política, enquanto funcionários e voluntários locais se esforçavam para ajudar os confusos recém-chegados.
DeSantis levou o crédito pelos dois voos, que saíram de San Antonio, no Texas, de acordo com dados do site de rastreamento de voos FlightAware. Geoff Freeman, diretor do aeroporto de Martha's Vineyard, disse que os voos transportavam cerca de 50 migrantes, a maioria deles venezuelanos.
A medida ocorre enquanto DeSantis busca a reeleição em novembro e é mencionado como um possível candidato presidencial em 2024. Ele segue as campanhas dos governadores republicanos do Texas e do Arizona para passar adiante a responsabilidade pelo número recorde de chegadas de migrantes na fronteira para redutos democratas pelos Estados Unidos, incluindo Washington, Nova York e Chicago.
Mas, ao contrário desses outros destinos, Martha's Vineyard é uma pequena ilha ao sul de Boston, mais conhecida como um refúgio de verão para americanos ricos, incluindo o ex-presidente Barack Obama, um democrata que possui uma casa de férias de milhões de dólares no local.
Mike Savoy, 58, enfermeiro da Martha's Vineyard Regional High School, doou todos os testes extras de COVID-19 que ele tinha em mãos para ajudar os migrantes que chegam a serem testados.
"Isso está prejudicando as pessoas. É um golpe para passar mensagens políticas, sem se se importar com quem se machuca. Essas pessoas foram informadas de que iriam conseguir moradia e emprego e foram deixadas em uma comunidade da ilha que tem recursos limitados", disse Savoy.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse na quinta-feira que os governadores republicanos estavam usando os imigrantes como "peões políticos".
((Tradução Redação São Paulo))
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