Por Andreas Kranz and Leon Kugeler
STEINBACHTAL DAM, Alemanha (Reuters) - Autoridades alemãs rejeitaram sugestões de que muito pouco havia sido feito na preparação para as inundações de semana passada e afirmaram que os sistemas de alerta funcionaram, enquanto o número de mortos no pior desastre natural do país em seis décadas superou a marca de 160.
Enchentes devastaram partes da Europa Ocidental desde quarta-feira passada, e os estados alemães da Renânia e Renânia do Norte-Vestfália, assim como partes da Bélgica, estão entre os mais atingidos.
No distrito de Ahrweiler, pelo menos 117 pessoas morreram, e a polícia alertou que o número de mortos certamente cresceria conforme continuam as operações de limpeza e reconstrução após as inundações, que devem chegar a custar bilhões de euros.
O alto número de mortos levantou questões sobre a quantidade de pessoas que parece ter sido surpreendida pelas enchentes, com políticos de oposição sugerindo que o número de mortos revelou sérias falhas na preparação da Alemanha para as inundações.
O ministro do Interior, Horst Seehofer, disse que o Serviço Nacional Meteorológico da Alemanha (DWD) emite alertas aos 16 Estados alemães e de lá aos distritos e comunidades que decidem em qual nível irão responder.
"Seria completamente inconcebível que tal catástrofe fosse administrada de maneira central, de apenas um lugar", disse Seehofer a jornalistas na segunda-feira. "É preciso conhecimento local".
As críticas à maneira com a qual o governo respondeu às emergências são "retórica eleitoral barata de campanha", disse o político.
A devastação causada pelas enchentes, atribuídas por meteorologistas aos efeitos das mudanças climáticas, pode estremecer as eleições federais em setembro, que até agora tiveram poucas discussões sobre o clima.
Uma pesquisa para o jornal Der Spiegel mostrou que apenas 26% acreditam que Armin Laschet, que é o candidato conservador para substituir Angela Merkel como chanceler, seria um bom administrador em momentos de crise.