Por Fabián Andrés Cambero e Natalia A. Ramos Miranda
SANTIAGO (Reuters) - O governo chileno respaldou nesta sexta-feira a atuação das forças de segurança durante os protestos intensos por demandas sociais que abalam o país há mais de um mês, período em que se relatou mais de 20 mortos e milhares de feridos.
Na quinta-feira, a Anistia Internacional disse em um relatório que policiais e militares realizaram ataques "generalizados" contra manifestantes com a intenção de "puni-los e feri-los".
"Devo observar claramente que, ao dizer que as Forças Armadas... estão cometendo ataques generalizados com a intenção de ferir a população que se manifesta, a Anistia Internacional está afirmando um fato extraordinariamente grave e absolutamente falso", disse o ministro da Defesa, Alberto Espina, aos repórteres.
Durante os protestos em todo o Chile, que não dão sinais de acabar, foram relatadas milhares de detenções, e episódios de violência frequentes têm provocado saques, incêndios e danos à infraestrutura.
Outras missões, como a da Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da Human Rights Watch e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, também estão avaliando a situação no país, mas ainda não publicaram seus relatórios.
Mas a alta comissária da ONU e ex-presidente chilena, Michelle Bachelet, afirmou preliminarmente em um encontro na Inglaterra que, em sua opinião, os protocolos de ação das forças de segurança não estão sendo seguidos.
Apesar de os protestos terem perdido sua intensidade inicial, incidentes violentos e algumas manifestações de rua continuam. A quinta-feira foi marcada por um grande incêndio em um centro comercial de Santiago e saques e destroços na cidade portuária de Valparaíso e em instalações hospitalares da litorânea Coquimbo.