Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - O governo da Colômbia está disposto a discutir os problemas do país com os líderes de protestos contra as políticas do presidente Iván Duque para encontrar soluções, mas não negociará demandas impossíveis de cumprir e inconstitucionais, disse uma autoridade do governo.
O diretor do Departamento Administrativo da Presidência, Diego Molano, fez o comentário horas antes de sindicatos e organizações estudantis recomeçarem, na terça-feira, as manifestações e passeatas contra as políticas econômicas e sociais do governo.
Os líderes dos protestos, que começaram em 21 de novembro, apresentaram inicialmente 13 demandas com uma ampla gama de questões econômicas e sociais, além de ações para frear os assassinatos de ativistas sociais, a implementação de acordo de paz com a guerrilha desmobilizada Farc e a dissolução de um esquadrão de choque da polícia.
Mas em meados de dezembro, antes do início de uma pausa nos protestos para as celebrações de Natal e Ano Novo, eles expandiram suas demandas para 104 pontos, que "falam do divino e do humano", e envolvem temas econômicos, fiscais, de comércio e meio ambiente, segundo Molano.
"Verificou-se que algumas solicitações, um número importante, são inconstitucionais e não correspondem a funções do Executivo, outras não estão na agenda do governo porque pertencem a um novo modelo político, econômico e correspondem mais a mudanças estruturais do Estado colombiano ou são inviáveis fiscalmente", disse Molano em entrevista por telefone à Reuters na noite de segunda-feira.
O diretor, apontado por Duque como coordenador de uma conversa nacional para ouvir as demandas de diferentes setores, revelou que a exigência para que a empresa de petróleo Ecopetrol seja de propriedade exclusiva do Estado e se excluam acionistas privados custaria 4,5 bilhões de dólares.