PARIS (Reuters) - A França reduzirá o número de seus parlamentares em quase um terço e adotará um critério de representação proporcional nas próximas eleições legislativas, uma grande reforma que visa restaurar a confiança dos eleitores em uma classe política altamente desacreditada.
As medidas, que se alinham às promessas de campanha do presidente Emmanuel Macron, resultam de um acordo entre o governo e o líder do Senado, que é controlado pela oposição e cujo apoio é essencial para a aprovação das reformas.
O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, disse que as reformas, se aprovadas pelas duas casas do Parlamento, acelerarão o processo legislativo e darão mais voz a grupos atualmente sub-representados no Parlamento.
"Estes projetos de lei contribuirão para uma renovação profunda da vida política e parlamentar, em um espírito de responsabilidade, representatividade e eficiência", disse Philippe.
O número de parlamentares, tanto na Assembleia Nacional quanto no Senado, será reduzido em 30 por cento, afirmou.
O acordo, acertado depois de semanas de negociações com o chefe do Senado, poupa Macron da necessidade de convocar um referendo para aprovar as mudanças.
Cerca de 15 por cento dos parlamentares da câmara baixa, que tem a palavra final da legislação, serão eleitos por representação proporcional nas eleições legislativas de 2022, uma concessão ao MoDem, partido de centro aliado de Macron.
Na última vez em que o sistema de voto proporcional foi usado, a Frente Nacional de extrema-direita conquistou uma quantidade inédita de assentos na legislatura.
(Por Michel Rose)