Por Alistair Smout e Michael Holden
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, anunciou planos nesta terça-feira para a realização de um segundo referendo sobre a independência escocesa em outubro do ano que vem, prometendo tomar medidas legais para garantir a votação caso o governo britânico tente impedir sua realização.
Sturgeon depois de o governo escocês, que é liderado pelo Partido Nacional Escocês, que é pró-independência, publicar um projeto de lei para o referendo estabelecendo planos para que a votação de independência aconteça em 19 de outubro de 2023.
Ela também disse que irá escrever ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, solicitando permissão para realizar um referendo de consulta, mas que já colocou em operação planos para conseguir a autoridade legal caso ele decida não autorizar o pleito.
"A questão da independência não pode ser suprimida. Ela precisa ser resolvida democraticamente", disse Sturgeon no Parlamento escocês.
"O que eu não estou disposta a fazer, o que eu nunca farei, é permitir que a democracia escocesa seja prisioneira de Boris Johnson ou de qualquer outro primeiro-ministro."
Os eleitores na Escócia, que tem uma população de cerca de 5,5 milhões, rejeitaram a independência em 2014. Mas o governo semi-autônomo da Escócia diz que a saída do Reino Unido da União Europeia, que contou com a oposição da maioria dos escoceses, faz com que a questão precise ser votada novamente.
Partidos pró-independência conquistaram a maioria nas eleições do ano passado e Sturgeon, sob pressão de alguns de seu próprio partido, prometeu realizar uma votação até o final de 2023. As pesquisas sugerem que uma votação seria bastante apertada.
(Reportagem de Alistair Smout e Michael Holden)