BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal mobilizou nesta segunda-feira ministros com influência em seus partidos para discutir temas polêmicos que dominarão a pauta legislativa quando o Congresso Nacional retomar os trabalhos em agosto, disse o vice-presidente da República, Michel Temer.
Em reunião com a presidente Dilma Rousseff e Temer, encarregado da articulação política com parlamentares, integrantes do governo discutiram a necessidade de aprovação de alguns projetos.
"O objetivo da reunião é exatamente fazer a integração dos ministros, e do Executivo, portanto, com o Congresso Nacional, Toda a pauta da reunião foi exatamente esta, nós temos que cada vez mais dialogar com o Congresso Nacional", disse Temer a jornalistas.
Entre esses projetos estão aquele que altera a meta fiscal, a proposta que prorroga a vigência da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e as medidas do ajuste fiscal pendentes de votação. A pauta da reunião já havia sido antecipada mais cedo à Reuters por uma fonte do governo.
Existe ainda a preocupação, também tema da reunião da tarde desta segunda-feira, com as derrotas que o governo pode sofrer, principalmente relacionadas à pauta "bomba", que podem acarretar um aumento de gastos públicos.
Questionado sobre isso, o vice-presidente disse achar que "todos os integrantes" do Congresso Nacional "são capazes de verificar o que é que pode prejudicar o país e o que pode ajudar o país".
Antes de o Legislativo entrar em recesso, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu "pessoalmente" com o governo e autorizou, em seguida, a criação de quatro comissões parlamentares de inquérito, duas delas desfavoráveis ao governo: uma sobre empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outra sobre os fundos de pensão, a ser instalada em agosto.
O Palácio do Planalto vislumbra ainda a votação de um projeto que muda o índice de reajuste do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Cunha já avisou que colocará a matéria em pauta.
O presidente da Casa também alertou que colocaria em votação as contas de governos anteriores, o que abrirá a pauta para a votação das contas do governo Dilma de 2014, assim que o Tribunal de Contas da União (TCU) emitir e votar um parecer sobre o tema.
Mais cedo, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo tem pela frente temas com os quais se preocupar no Congresso, mas que conta com a maioria formada pela base aliada para vencer nessas votações.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)